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Alpine em Le Mans: ilusão, desilusão e… esperança

A primeira participação da Alpine nas 24 Horas de Le Mans com o seu novo Hypercar ficou aquém das expectativas, num fim de semana que trouxe, à vez, ilusão, desilusão e… esperança.



Dificilmente os responsáveis da Alpine poderiam prever um desfecho tão inglório para a sua estreia nas 24 Horas de Le Mans com o novo A424 Hypercar, afeto à categoria principal do Mundial de Endurance (WEC). Porém, se ambos os carros estavam fora de prova ao cabo de seis horas, causando desilusão entre as hostes da marca francesa, a esperança no futuro não estava totalmente colocada de parte.

 

Após uma primeira participação na categoria Hypercar com um modelo adaptado dos LMP2 em 2022, a Alpine decidiu tirar partido dos regulamentos LMDh e criou o A424 para a nova classe de topo, preparando-se para rivalizar com marcas como a Toyota, Ferrari, Porsche, Peugeot, Cadillac ou Lamborghini.

 

O A424 é resultado de vários meses de testes e chegou a Le Mans, para a mais emblemática das corridas de resistência do mundo, com ambições comedidas, mas com o desejo último de finalizar a competição. Ao longo deste período de desenvolvimento, o carro da marca francesa tem também evidenciado um bom ritmo que, no caso da prova de Le Mans, viria a ser justificado na sessão de qualificação, conseguindo chegar à Hyperpole, na qual apenas os oito melhores participam. Paul-Loup Chatin deu uma pequena satisfação ao qualificar-se em quinto para a corrida de 24 horas. O segundo carro partia de nono.



Dos sorrisos aos rostos fechados 

Após o arranque, os Alpine perderam algumas posições, mas o ritmo de prova evidenciado pelos dois A424, com Charles Milesi no carro #35 a batalhar diretamente pelas posições da frente, deu alento à formação gaulesa, com Nicolas Lapierre também a tratar de recuperar posições por entre um pelotão muito renhido – com efeito, este foi o conjunto de participantes mais renhido na luta pelas posições da frente, o que viria a durar praticamente ao longo de toda a prova.

 

A aparição da chuva com hora e meia de prova provocou a primeira mexida substancial na classificação, com os Alpine a perderem nesta fase algumas posições e algum do ritmo, dadas as condições de piso molhado e, também, mais frio, o que se tornou um desafio para colocar os pneus na temperatura de funcionamento ideal.



Paul-Loup Chatin e Mick Schumacher assumiram os carros #35 e #36, respetivamente, mantendo um ritmo aproximado com os dos pilotos da frente, passando depois os respetivos testemunhos a Ferdinand Habsburg e Matthieu Vaxiviere.

 

Habsburg foi o primeiro a abandonar, às 20h46, devido à quebra evidente do sistema motriz do A424 Hypercar e, mais tarde, novamente com Lapierre ao volante, o carro #36 regressou às boxes para uma paragem duradoura a incidir na área do motor. Às 21h36, é anunciado o abandono também do carro de Lapierre.


Este abandono duplo foi cruel, mesmo que soubéssemos que a fiabilidade poderia ser um problema em Le Mans. Apesar dos nossos ensaios e simulações, apenas a verdade da corrida conta

Este desfecho acabou por causar também surpresa nas hostes da marca, uma vez que os testes de simulação das 24 Horas de Le Mans não haviam revelado problemas deste género. “Este abandono duplo foi cruel, mesmo que soubéssemos que a fiabilidade poderia ser um problema em Le Mans. Apesar dos nossos ensaios e simulações, apenas a verdade da corrida conta. O nosso início de temporada permitiu-nos observar coisas muito boas, pelo que é ainda mais dececionante abandonar tão cedo”, afirmou Philippe Sinault, diretor da equipa Alpine, retirando como ponto positivo o ritmo demonstrado pelos seus carros em La Sarthe, algo que também Bruno Famin, diretor da Alpine Motorsports sublinhou.



“Analisaremos as razões deste problema mecânico para voltarmos ainda mais fortes no próximo ano. Os nossos carros demonstraram um bom ritmo ao longo de toda a semana, pelo que dispomos de fundações sólidas que nos levarão a melhorar no futuro”, afirmou. E, no meio da desilusão verificada com o resultado da corrida de Le Mans, Famin declarou-se “convencido de que faremos da Alpine Endurance Team uma equipa capaz de se bater pelos lugares da frente para chegar aos pódios e vitórias”.

 

Para já, a próxima prova do Mundial de Endurance será no Brasil, onde irão decorrer as 6 Horas de São Paulo, entre 12 e 14 de julho.



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