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Foto do escritorJosé Caetano

Alpine A390 (quase) sem segredos!

A390_β é o nome do estudo que antecipa a berlina desportiva (apresentam-na como “fastback”) a posicionar, na “Dream Garage” da marca francesa, acima do A290 baseado no Renault 5 novo e da segunda geração do A110, o automóvel com motor central e 2 lugares que reintroduziu o fabricante criado em 1955 no mapa da indústria. Tem três motores elétricos e início de produção planeado para 2026.



O “Renaulution”, nome do programa de recuperação da Renault, também integra a Alpine, marca fundada em 1955 por concessionário da marca francesa e adepto do desporto automóvel (Jean Rédélé). Mais recentemente (2021), atribuiu-se-lhe o título de “unidade de negócio autónoma”. No plano de Luca de Meo, homem-forte do consórcio e “rosto” por trás das separações da Abarth da Fiat (2007) e da Cupra da Seat (2018), construção de gama com cinco ou seis modelos até 2030 e vendas na ordem das 150.000 unidades/ano. É projeto superambicioso, considerando que entregou, em 2023, somente 4328 unidades do A110, único modelo em produção no “quartel-general” de Dieppe, França – número que representa, ainda assim, um crescimento de 22%, na comparação com 2022 (3546).



Nos próximos anos, na “Dream Garage” (garagem de sonho, numa tradução literal…), três automóveis, com o “fastback” antecipado pelo A390_β em exibição no Mondial de l’Auto (Paris, França), entre os próximos dias 14 e 20, “arrumado” na gama entre o A290 baseado no R5 novo e geração dois do A110, a fabricar em três variantes – Coupé com 2 lugares, Roadster e Coupé com 2+2 lugares (A310) –, em vez de só uma. E este estudo, confirmou-o a marca francesa, apresenta-nos a 85% o desenho exterior de A390 de produção em série, programado para 2026.

 

A Alpine, na estreia do “concept”, contou-nos (muito) pouco sobre o que continua a desenvolver sob o nome de código ZDZ110, mas sabe-se que a plataforma deste automóvel é AmpR Medium da Ampere, divisão que trabalha todos os elétricos do construtor – trata-se de variante superotimizada da CMF-EV partilhada por Nissan e Renault. A equipa de engenheiros que trabalha às ordens do ex-Ferrari e Maserati Gianluca Pivetti prepara uma base nova com arquitetura elétrica de 800 V, a Light-Performance Platform (APP), para o sucessor do A110.



O A390_β tem aerodinâmica de ponta, item importantíssimo nos elétricos, por ter impacto no consumo e, consequentemente, na autonomia, desenho inspirado nos Alpes e habitáculo com 2+2 lugares apresentado como “conceptual” (logo, no modelo de produção em série, “cockpit” muito diferente!). Existem duas posições de condução (Comfort ou Cruise e F1), podendo, por isso, adaptar banco e pedais ao modo de ação selecionado, e a instrumentação é apresentada em três lâminas translucidas, com as informações prioritárias à frente das secundárias (consegue-se um efeito tridimensional que beneficia a facilidade de leitura e a segurança, por nunca obrigar a desviar os olhos da estrada!).



No A390_β, pneus Michelin produzidos “à medida” (22’’ no eixo dianteiro e 23’’ no traseiro), sistema de som da Devialet e carroçaria pintada no azul (icónico!) da Alpine. No “concept” sem pilares centrais, as portas dianteiras e traseiras movem-se em direções opostas, para acesso fácil a interior com quotas de habitabilidade acima da média, devido, também, ao posicionamento das baterias sob os bancos dos passageiros – assim, baixa-se o centro de gravidade e melhora-se a repartição do peso, pontos com influência no comportamento de automóvel com assinatura luminosa diferenciada e diferenciadora. Sobre potências e “performances”, sabe-se… nada!



A marca comandada por outro ex-Ferrari (Phillipe Krief), após o final da carreira do A110 no mercado desde 2017, abandonará a produção de motores de combustão interna, passando a propor só automóveis elétricos. É esta mudança que explica o investimento na transformação de Dieppe, de modo a preparar a fábrica, também, para fazer muitos mais automóveis, nomeadamente o antecipado pelo A390_β. Promete-se automóvel ágil com “performances” eletrizantes, o que não sacrifica o conforto nem a facilidade de utilização no quotidiano.



Finalmente, no “fastback”, três máquinas elétricas (uma dianteira, duas traseiras) e sistema de vetorização do binário no eixo posterior. Na Alpine, como na Renault, ecossistema de produção novo instalado em França. No caso do A390, automóvel fabricado em Dieppe, motores em Cleon e baterias em Douai. E garante-se, ainda, que o Hypertech Alpine de Viry-Châtillon, que acaba de perder o desenvolvimento das unidades de potência para os monolugares com que a marca francesa acelera na Fórmula 1, devido à decisão de comprá-las, a partir de 2026, à Mercedes-AMG, também participará, diretamente, no progresso de todo o projeto de reconstrução de marca que ambiciona competir globalmente e em diversos segmentos e não só nalguns mercados e em categoria(s) de nicho.

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