Jean-Philippe Imparato, CEO da Alfa Romeo, assume que o desporto automóvel é fundamental para o legado da marca italiana e que o Mundial de Endurance (WEC) é uma opção em cima da mesa. Decisão será tomada na segunda metade deste ano, mas o francês assume que os custos podem ser entrave
Ao terminar o vínculo de parceria com a Sauber na Fórmula 1 no final da temporada de 2023, a Alfa Romeo deixou de estar presente no automobilismo a nível oficial. Mas Jean-Philippe Imparato, CEO da marca italiana, admite que essa é uma situação temporária, encontrando-se a avaliar o próximo passo em termos de participação no desporto automóvel.
Falando numa mesa-redonda com os jornalistas durante um evento relacionado com o lançamento do novo Junior (anterior Milano), Imparato admite que o automobilismo é componente fundamental do legado da Alfa Romeo, revelando que a entrada no Mundial de Endurance (WEC) está a ser avaliada de forma bastante séria, esperando-se uma decisão para a segunda metade de 2024.
Ainda assim, o CEO da Alfa Romeo admite que não basta a mera vontade para essa tomada de decisão, tendo de se analisar outros aspetos, como o impacto financeiro na marca e o nível de orçamento necessário para se participar de forma competitiva nesse campeonato.
“Neste momento, estou a considerar o Endurance, mas vamos tomar a decisão na segunda metade de 2024, dependendo de como está a correr o negócio, porque neste mercado [automóvel] em constante mudança, com o grande impacto que vemos por todo o lado, o investimento tem de ser muito bem estudado”, revela o responsável máximo pela Alfa Romeo, que é um apaixonado pela competição automóvel, tal como Carlos Tavares, o CEO da Stellantis. No entanto, garante que a paixão não se sobrepõe à razão.
“Adoro [a competição]. Estive em Portimão no mês passado e vou correr em Vila Real também, por isso adoro. Mas não sou estúpido. Gostaria do Endurance, mas com um orçamento regulado. Se formos pelo orçamento que oiço falar nos corredores... O risco é que estejamos a regressar aos orçamentos de 2015 – centenas de milhões de investimento… Não vejo propriamente um teto orçamental hoje, mas vejo pessoas para quem o dinheiro é como não tivesse importância e fico muito surpreendido”, acrescenta.
“Por isso, decidimos que tomaríamos a decisão na segunda metade do ano. Adoraria regressar [à competição], porque a Alfa Romeo tem de estar no desporto automóvel”, conclui Imparato sobre este tema.
Escalada de custos
Com a adoção dos novos regulamentos Hypercar, o Mundial de Endurance assiste a um momento de vitalidade inédito na sua história. Com dois regulamentos para a categoria principal – os LMH de conceção própria e os LMDh com regulamentos partilhados com o IMSA e de custo teoricamente inferior –, têm sido muitos os fabricantes a traçar um caminho de regresso para as provas de resistência.
Atualmente, marcas como Toyota, Ferrari, Porsche, Cadillac, Alpine, BMW, Lamborghini e Peugeot marcam presença no WEC, esperando-se ainda a chegada da Aston Martin para 2025, com as 24 Horas de Le Mans a servirem de chamariz principal para todas elas. No entanto, há já fabricantes que apontam para custos em escalada, como a Cadillac que apenas inscreve um carro devido aos custos inerentes a essa mesma participação no WEC.
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