Chanceler federal alemão, Olaf Scholz, e o seu adjunto, Robert Habeck, querem evitar potenciais sanções da União Europeia para os fabricantes de automóveis que não cumpram os regulamentos comunitários.
A Alemanha não quer impor quaisquer sanções à sua indústria automóvel - setor que já atravessa, no momento, grandes dificuldades – resultantes do excesso de emissões de CO2 do parque automóvel europeu em 2025, as quais podem ascender a milhares de milhões de euros. O objetivo não é, no entanto, alterar os limites definidos para as emissões, mas sim promover uma transição mais pragmática.
Recorde-se que as metas estabelecidas atualmente para os fabricantes no que respeita às emissões de CO2 das suas frotas vendidas na União Europeia colocam os valores em 115,1 gramas de CO2 por quilómetro por veículo. Em 2025, este valor irá baixar para 93,6 gramas e em 2030 para apenas 49,5 gramas. A diferença de 2024 para 2025 é significativa, redução que tem vindo a causar bastante inquietação na indústria automóvel nos últimos meses.
O objetivo estabelecido para o próximo ano só é passível de ser atingido se for comercializada uma determinada proporção de automóveis puramente elétricos, mas os números não são animadores, uma vez que a adoção em massa dos veículos elétricos tarda em concretizar-se, cenário espelhado pelos números das vendas, os quais estão longe de evoluir como desejado e esperado.
Todos os fabricantes que não cumprirem as metas acima mencionadas, irão contar com sanções elevadas, as multas que a Alemanha pretende evitar para os seus fabricantes. A confirmar-se o incumprimento e as inerentes sanções, as avultadas quantias de dinheiro envolvidas podem, muito provavelmente, conduzir a despedimentos em larga escala no setor automóvel, afetando, direta e indiretamente, milhões de pessoas.
"Penso que não devem ser aplicadas sanções às empresas alemãs e a outras empresas europeias do setor automóvel que não cumpram os objetivos em matéria de CO2. O dinheiro deve permanecer nas empresas para a modernização da sua própria indústria e da própria empresa", defende Olaf Scholz, uma medida que assume ser mais pragmática do que insistir em cumprir os regulamentos à letra, pagar as elevadas multas e depois suportar todas as consequências.
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