A informação não surpreende, conhecendo-se o momento na indústria automóvel e do país com a economia número um na Europa, mas os números, confirmando-se, são impressionantes. O Grupo VW pode eliminar até 30.000 postos de trabalho apenas na Alemanha. O diretor do consórcio, Oliver Blume, admite-o e considera-o “realista”.
O Grupo Volkswagen, de acordo com publicação alemã especializada na área das finanças e dos negócios, a Manager Magazin, estuda eliminar até 30.000 postos de trabalho na Alemanha, condição para melhorar a competitividade na Europa, num mercado ada vez mais em recessão. O número, que o diretor da companhia, Oliver Blume, considera “realista”, representa 10% dos funcionários no país.
De acordo com a mesma fonte, a eliminação de postos de trabalho, confirmando-se, penaliza mais as atividades de desenvolvimento e investigação, com a redução de 4000 a 6000 postos de trabalho – só nestas áreas, a empresa emprega cerca de 13.000 pessoas! O diretor financeiro do consórcio, Arno Antlitz, trabalha em plano de diminuição dos investimentos nos próximos cinco anos, de 170 mil milhões de euros para 160 mil milhões de euros.
Entre as razões invocadas para o “estado da nação”, os custos muito elevados, os níveis baixos de produtividade e, também, o aumento expressivo da concorrência. Recentemente, o construtor decidiu eliminar os acordos laborais que garantiam a manutenção dos postos de trabalho em seis fábricas alemãs até 2029, decisão na origem de diversas ações de protesto.
Antlitz, a 4 de setembro, disse que a procura de automóveis novos não recuperou depois da pandemia de COVID-19 e que a empresa perdeu 500.000 vendas/ano, o que corresponde à capacidade instalada em duas fábricas. Mais: a previsão não é de recuperação e a companhia tem de (re)agir para sobreviver a transformação da indústria e do mercado, com a mudança de paradigma dos motores térmicos para os elétricos. No caso da marca VW, por exemplo, impõe-se o aumento na margem de lucro para 6,5% até 2026, o que está muito acima dos 2,3% registados durante o primeiro semestre de 2024.
Na Alemanha, em agosto, comparativamente ao mesmo mês de 2023, os registos de automóveis elétricos novos diminuíram 69%. Berlim acabou com os incentivos à tecnologia, que beneficiavam as empresas, e as vendas no país ressentiram-se, superando só ligeiramente as 27.000 unidades. Este problema não é exclusivo da Volkswagen, mas o consórcio, devido à dimensão que tem, está mais exposto aos “humores” dos mercados, que dependem muito das políticas dos… políticos.
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