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Como funcionam os "airbags"?

Atualizado: 29 de mai.

Os airbags são hoje um dado praticamente adquirido de qualquer automóvel novo, funcionando como um dos melhores atributos salva-vidas em caso de acidente. Neste artigo revelamos como funcionam e como impedem lesões graves nos ocupantes dos veículos



A par dos cintos de segurança, os airbags são dos sistemas de segurança passiva que mais contribuíram para a redução de lesões graves nos ocupantes de veículos em caso de acidente, tornando-se hoje parte integrante de qualquer lista de equipamento básica de segurança. Por esse mesmo motivo, a indústria vai submetendo este sistema de segurança a melhorias contínuas ao longo dos anos.


Ao contrário dos sistemas que atuam na condução e que pretendem prevenir acidentes (segurança ativa), os airbags pertencem ao conjunto de assistentes passivos, do qual o cinto de segurança é o elemento central

 

Porém, os airbags rapidamente viram os seus benefícios comprovados em situações reais de acidentes, prevenindo lesões graves, sobretudo traumas cranioencefálicos que podem levar à morte.

 

O princípio de funcionamento é simples, tratando-se de uma almofada de ar cujo enchimento, realizado por ação pirotécnica, é efetuado a grande velocidade (aprox. 90m/s), conforme indica o Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT), mas este sistema tem sido continuamente desenvolvido.



Funções distintas  

Cada um dos airbags protege contra riscos distintos decorrentes de colisões. As almofadas dianteiras protegem as áreas da cabeça e do peito dos ocupantes dianteiros, enquanto os airbags laterais e de cortina protegem as cabeças dos ocupantes e a zona do peito sobretudo em caso de embates laterais, impedindo que batam com a cabeça nos vidros ou nas zonas que envolvem as portas.

 

Fruto do trabalho contínuo de investigação, os sistemas de airbags abrangem hoje mais áreas, como a dos joelhos (maioritariamente do condutor) ou a das cabeças dos passageiros dianteiros (por via do airbag central)

 

A forma como um airbag é acionado e como a almofada se enche é determinada pela forma do próprio e pelo tipo de mecanismo pirotécnico que o ativa. “As almofadas maiores, como as que estão à frente dos passageiros dianteiros, são insuflados através de um cartucho pirotécnico e um gerador de gás – simplesmente, incendeia-se para gerar um grande volume de gás depressa”, começa por explicar Hana Cwierzová, especialista do Centro de Desenvolvimento Técnico da Skoda, na República Checa.



“Os airbags com um desenho diferente, como os da cabeça, joelho ou centrais, usam cartuchos com gás comprimido e o princípio da expansão adiabática ou expansão do gás”, acrescenta.

 

Mas também a forma como os airbags se devem comportar após um acidente é distinta, como indica outro responsável da marca checa, neste caso Michal Mrhalek, da área do desenvolvimento de airbags no Centro Técnico da Skoda.


“De forma gradual, os engenheiros descobriram que os airbags dianteiros devem esvaziar-se de uma forma controlada quando os ocupantes lhe batem, pelo que têm um desenho especial com saídas de ar que tornam isso possível.

 

Por outro lado, os airbags do joelho ou de cortina, por exemplo, não devem desinsuflar, pelo que não têm saídas. Os airbags são revestidos de silicone no interior e, se necessário, nas costuras, para evitar fugas de gás descontroladas", adianta.

 

Embora os materiais, as formas como os airbags são cosidos, o número de peças de que são feitos e a forma como são montados e armazenados no automóvel estejam a evoluir, o princípio do seu funcionamento tem sido bastante constante desde há muito tempo, não se alterando fundamentalmente com o advento dos automóveis elétricos.



Atuação é chave 

Normalmente, os airbags estão escondidos do olhar: muitos estão literalmente cosidos por baixo dos estofos e de partes do interior do veículo. Estas peças são concebidas de forma a poderem ser rapidamente rompidas por um airbag que se insufla. A intensidade com que o airbag se insufla é impressionante e podem, até, ser perigosos para um passageiro sem cinto de segurança, pelo que a utilização deste último é sempre fundamental.

 

A deteção do evento que deve provocar a ativação do airbag também é importante. “A deteção é feita por vários sensores no carro e a situação é avaliada pela unidade de controlo. Esta decide então quais os airbags que devem ser ativados", explica outra responsável pelo desenvolvimento, Klára Sevcíková.



 Todo o processo é super-rápido. Demora apenas alguns milissegundos desde a deteção inicial até à decisão da unidade de controlo e outras dezenas de milissegundos para encher os airbags. Por exemplo, o airbag de cabeça está cheio em 25 a 35 milissegundos e o airbag do condutor enche-se em 30 a 40 milissegundos. Dependendo do tipo de colisão, podem insuflar-se diferentes airbags ou combinações de airbags no automóvel, mas uma colisão dianteira, por exemplo, não implica o acionamento de todos os airbags.

 

Para o futuro, Sevcíková vê a condução autónoma como principal desafio para a segurança passiva, isto porque os passageiros poderão assumir posições de viagem que estão em contraste com a norma atual, em que, com maior ou menor amplitude, impõe uma posição de viagem comum. Isso, admite, irá “colocar novas exigências aos sistemas de retenção”.



O perigo dos pés no tablier 

Uma vez que a intensidade de enchimento dos airbag é elevadíssima, tornou-se também cada vez mais necessário alertar os ocupantes dos veículos para o perigo de uma prática que é algo comum, sobretudo nos meses de verão – a colocação dos pés dos passageiro dianteiro no tablier. Embora seja vista como uma pose descontraída, o rebentamento de um airbag em caso de acidente – além dos impactos do embate em si – podem ser dramáticos, uma vez que as pernas são projetadas contra a face, ao mesmo tempo que a bacia e o tronco deslizam por debaixo do cinto.

 

Na prática, inutilizam-se as virtudes de dois dos sistemas de segurança passiva que mais vidas salvam. Essa é a mesma razão pela qual o airbag do passageiro dianteiro deve ser desativado no caso de transportar uma cadeirinha nesse lugar, com muitos veículos a terem um sistema de desativação próprio de fácil acesso.


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