Marca portuguesa apresenta primeiro superdesportivo. A ambição é desafiar concorrentes tão poderosos como Ferrari e Porsche. Para consegui-lo, o Furia fabricado em Perafita, Matosinhos, conta com muitos atributos excecionais, nomeadamente a carroçaria em fibra em carbono, a tração às rodas traseiras ou o Ford V6 3.5 EcoBoost biturbo com 650 cv.
Concebido com o objetivo de desafiar as mais conceituadas marcas automóveis do mundo, o Furia é o primeiro superdesportivo desenvolvido pela Adamastor, marca portuguesa baseada em Perafita, no Porto, inspirando-se em muitos dos conceitos típicos de modelos deste género – baixo peso, elevada potência e aerodinâmica bastante cuidada.
O Furia não é o primeiro esforço da Adamastor, que já no final da década passada chegou a apresentar o P003RL, protótipo de um "roadster" desportivo com motor traseiro e tração às rodas posteriores, mas que não passou à produção em série, com a marca a optar por recomeçar do zero para uma outra abordagem em termos automóveis.
A aerodinâmica "comanda"
Agora, com um conceito bastante mais evoluído, a empresa do Porto apresenta o Furia, um automóvel de visual agressivo, talhado pelo vento para efeitos aerodinâmicos. Nascido de uma folha em branco, todo o processo de conceção foi liderado, internamente, pela equipa de aerodinâmica, com recurso a ferramentas como a simulação de Dinâmica de Fluidos Computacional (CFD) e "software" CAD Siemens NX.
Entre os atributos, fundo com dois túneis (“Venturi”) para gerar efeito-solo, ou seja, o que é facilmente visível a partir da traseira
Este é um conceito aerodinâmico que lhe permite dispensar, em larga medida, os apêndices superiores, mas, ao mesmo tempo, gerar níveis substanciais de carga aerodinâmica. Oferecendo dados, a marca aponta para um valor de 1000 kg de carga a 250 km/h. Adicionalmente, a Adamastor garante que fará, igualmente, uma versão “Race” para circuito (e competições de GT), com níveis reforçados de aerodinâmica – a 250 km/h, carga aerodinâmica de 1800 kg!
Mais ainda: em ambiente de simulação, o superdesportivo da Adamastor revela carga aerodinâmica superior à dos monolugares de Fórmula 2 e Fórmula 3 utilizados em 2021, bem como à de modelos que competem nas categorias GT3 e LMP2. Já em termos de coeficiente de arrasto, os resultados obtidos indicam um desempenho superior, até, ao de um monolugar de Fórmula 1 da época de 2021.
Motor “made in USA”
O chassis monocoque integra o “rollbar” e é produzido inteiramente em fibra de carbono, com o motor montado em posição central longitudina. A tração é traseira. Com dois lugares, o Furia conta com diversos componentes de altas prestações, com o destaque a ir para o motor V6 3.5 EcoBoost, unidade biturbo fornecida pela Ford Performance!
Este “coração mecânico”, como é apelidado pela marca portuguesa, debita 650 cv às 5500 rpm e 571 Nm às 2500 rpm. Para a transmissão, a Adamastor recorre a uma caixa Hewland LWS-200 com patilhas atrás do volante para controlo sequencial, não faltando também um diferencial autoblocante TLT Powerflow com atuação preditiva.
As jantes de 18'' inspiradas na competição estão associadas a pneus com medidas 265/645 à frente e 313/675 atrás. Os travões são da AP Racing e têm maxilas em alumínio com seis pistões tanto à frente como atrás.
O Furia mede 4,560 m de comprimento, 2,212 m de largura e 1,098 m de altura, com uma distância entre eixos de 2,802 m. Já o peso, em virtude dos vários materiais utilizados, todos muito rígidos, outra exigência nos superdesportivos, fica-se pelos 1050 kg (em seco).
Já compatível com combustíveis sintéticos, o V6 de origem Ford Performance permite ao Furia superar 300 km/h de velocidade máxima e acelerar de 0 a 100 km/h em cerca de 3,5 segundos
Com uma produção estimada de tão-somente 60 unidades, a marca fundada e liderada por Ricardo Quintas prevê elevados níveis de personalização, incluindo no interior. O preço unitário da versão de estrada rondará os 1.6 milhões de euros (sem impostos).
A Adamastor está instalada em Perafita, no município de Matosinhos, onde dispõe de instalações com cerca de 2225 metros quadrados, com potencial de expansão para 5000 metros quadrados, para cumprir plano de crescimento sustentado pelo fortalecimento tanto dos meios humanos como do departamento técnico. O investimento neste projeto ronda os 17 milhões de euros.
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