O superdesportivo português Adamastor Furia foi colocado à prova no Autódromo Internacional do Algarve (AIA), prosseguindo o seu processo de desenvolvimento de alto nível. Segundo a marca do Norte, os resultados obtidos neste ensaio foram bastante positivos, validando as simulações por computador realizadas previamente.
Cumprindo mais uma etapa no seu processo de desenvolvimento, o Adamastor Furia foi submetido a uma sessão de testes no Autódromo Internacional do Algarve (AIA), no final de novembro, tendo em vista a melhoria do comportamento do superdesportivo português e também avaliar a sua fiabilidade.
Este foi o passo seguinte depois de vários testes em ambiente controlado, com uma dezena e meia de técnicos da Adamastor a marcarem presença no AIA, sob a supervisão de Frederico Ribeiro, engenheiro responsável pelo projeto do automóvel, pilotado pelo também engenheiro Diogo Araújo Matos.
O piloto Diogo Matos confessou-se claramente satisfeito com a condução do Adamastor Furia na pista
Além de acumular quilómetros no traçado algarvio, a marca de Perafita procurou melhorar o desempenho do carro gradualmente, intervalando sessões de pista com períodos de análise de dados nas boxes. No final do dia de testes no AIA, o piloto Diogo Matos confessou-se claramente satisfeito com a condução do Adamastor Furia na pista: “Foi uma evolução constante. Começámos de forma mais ‘soft’ e fomos incrementando o ritmo. Comecei por sentir a dinâmica do carro e logo aí deu para assimilar um pouco da performance que vai permitir atingir. É óbvio que ainda estamos muito longe dos limites da máquina. Estes são os primeiros passos, mas são já muito boas as primeiras impressões”.
Adicionalmente, explicou que, “mesmo numa toada calma dá para perceber tudo: a travagem, a forma como o Furia responde às solicitações, mostrando-se sempre equilibrado. É curioso o facto de, desde o início, o Furia transmitir, de forma vincada, o ‘feeling’ de um carro de corrida, muito reativo. Basta ‘fazer sombra no acelerador’ e o motor sobe imediatamente de rotação. É impressionante! É um carro fácil de conduzir e muito divertido, mas hoje aqui ainda foi um bocadinho exigente, pelo facto de, propositadamente, não termos a direção assistida ligada”.
Esta sessão de ensaios no AIA permitiu também perceber como as melhorias aplicadas nos últimos meses se evidenciam em pista, como explicou Frederico Ribeiro, engenheiro portuense com a responsabilidade de evoluir o Furia.
“Nos outros testes que fizemos fomos identificando algumas coisas que estavam menos bem, corrigindo-as. Assim, chegámos aqui a saber que estava tudo pronto para fazer o ‘run plan’ que havíamos delineado e que tinha duas fases distintas: de manhã, muito focado no desenvolvimento e na calibração; de tarde, a explorar um bocadinho a performance do carro e começar a fazer alguns quilómetros, para também comprovar a validade dos componentes, nomeadamente em termos de fiabilidade”, afirmou, confessando que o ADN deste modelo é o de um veículo de alta performance.
“Sim, acho que é um verdadeiro carro de corrida, de performances elevadas. Rodar a baixo ritmo não parece ser o seu ‘habitat’. A verdade é que fomos aumentando o ritmo e a resposta não tardou. Outra coisa interessante é a estabilidade que se observa do lado de fora. Nada o perturba. Não há um ressalto, ou solavanco estranho, o que é muito agradável. Todavia, ainda temos muito trabalho pela frente. Temos que fazer mais quilómetros, avaliar a fadiga dos componentes e explorar os limites, nomeadamente do motor, da suspensão, da travagem, torção, etc...”
Controlo por computador
O desenvolvimento do Adamastor Furia tem contado com uma grande vertente tecnológica, baseando-se em dados obtidos por simulações computacionais. Em Portimão, a equipa de engenheiros fez-se acompanhar por um dos responsáveis da IGV Racing, empresa parceira da Adamastor, a quem cabe a responsabilidade de desenvolver e afinar todos os sistema eletrónicos geridos pela centralina, bem como dos diversos módulos de comando do Furia.
A IGV fez-se representar por Eliseu Ribeiro, que entre muitos outros trabalhos de relevo na área, ostenta dois anos de atividade na prestigiada M-Sport, responsável, entre outras, pela participação dos Ford Puma Rally1 no Campeonato do Mundo de Ralis.
“Começámos agora a ensaiar situações reais e esta é a fase mais empolgante, em que conseguimos ter uma melhor ideia de como é que o carro se vai comportar e o que é que é preciso modificar para atingirmos um conceito final”, referiu Eliseu Ribeiro, que também abordou a especificidade do motor da Ford Performance que equipa o superdesportivo português.
“Trata-se de uma configuração especial deste V6, com injeção direta e injetores de alta e de baixa pressão. Temos dois tipos de injetores com quatro campos de variáveis, dispostos em duas bancadas. Na realidade, é um motor bastante complexo, em que tudo é controlável. A centralina que é utilizada permite-nos avaliar o mais ínfimo dos pormenores. Do meu ponto de vista, acaba por ser mais interessante, pelo desafio que representa. É preciso ter em conta que não basta acrescentar potência para termos resposta debaixo do pé direito. É preciso considerar uma vasta lista de items que, no seu conjunto, nos irão levar aos objetivos pretendidos”, garantiu.
Acompanhamento de perto
Presente no AIA para presenciar a evolução do Furia esteve, também, Ricardo Quintas, CEO da Adamastor, que fez questão de acompanhar esta sessão de trabalhos com grande proximidade. “É aquilo por que todos temos trabalhado há tanto tempo. Apesar das naturais dificuldades e muitas ‘dores de parto’ temos vindo a cumprir todas as metas. E este momento é, também, um dessas etapas, daquelas que é impossível queimar. Não é altura para sublinhar orgulho pessoal, mas sim de enaltecer o trabalho de toda uma equipa que, dentro e fora da Adamastor, de uma forma mais ou menos direta, se tem empenhado abnegadamente nas suas tarefas. Estou muito feliz por eles, sendo muito gratificante apreciar o empenho de toda esta equipa que hoje colocou o Furia em pista, alcançando resultados tão animadores”, referiu.
"Estou muito feliz por eles, sendo muito gratificante apreciar o empenho de toda esta equipa que hoje colocou o Furia em pista, alcançando resultados tão animadores”
Após este primeiro teste dinâmico no circuito de Portimão, Frederico Ribeiro e restante equipa vão agora avaliar os resultados recolhidos, implementar as alterações necessárias, para que possam,assim e desde já, começar a trabalhar num próximo regresso a um circuito.
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