ACP contra ecrãs publicitários gigantes

O Automóvel Club de Portugal partiu para os tribunais para travar a entrada em funcionamento de mais painéis publicitários eletrónicos na cidade de Lisboa, argumentando que se trata de uma questão de segurança rodoviária.

São gigantescos e dificilmente passam despercebidos aos condutores – os painéis publicitários eletrónicos que foram montados nalgumas das principais vias rodoviárias da cidade de Lisboa estão a causar polémica pelo facto de poderem causar distrações aos condutores, sobretudo durante a noite.

Ao longo dos últimos meses, os antigos painéis publicitários estáticos em vias como a Segunda Circular foram substituídos por ecrãs gigantescos que irão transmitir publicidade através de imagens em movimento, em muitos dos casos situando-se diretamente ao lado da estrada e em locais de risco acrescido de sinistralidade.

Este facto levou o Automóvel Club de Portugal (ACP) a dar entrada no Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa de uma providência cautelar “contra a Câmara Municipal de Lisboa e as empresas JC Decaux e MOP - Multimedia Outdoors Portugal, pela aprovação e instalação de até 125 painéis de publicidade digital de grande formato em toda a cidade”.

Em nota partilhada com os meios de comunicação, o ACP adianta que esta providência “visa impedir o funcionamento de painéis luminosos de grandes dimensões, já instalados, bem como não permitir a instalação de novos painéis desta natureza que, claramente são um fator de distração à condução e um risco enorme para a segurança de todos, condutores e peões”.

Em declarações à CNN Portugal, o Presidente do ACP, Carlos Barbosa, afirma que “não faz sentido a loucura dos painéis” instalados na cidade de Lisboa, chegando mesmo a dizer que “os monstros dos painéis e a chapa de luz que aquilo tem são altamente perigosos”.

Em causa estão os estímulos visuais que aqueles painéis transmitem aos condutores durante a prática da condução

Em causa estão os estímulos visuais que aqueles painéis transmitem aos condutores durante a prática da condução, fazendo concorrer assim a sua atenção, tanto pela passagem de imagens em movimento, como também pela própria luminosidade acrescida que é oferecida pelos painéis eletrónicos. Este ponto é agravado pelo facto de estarem colocados diretamente ao lado das vias.

Ainda de acordo com o ACP, “não está em causa (…) a existência de mobiliário urbano com publicidade digital, apenas a sua localização e dimensão, claramente atentatórias da segurança rodoviária”.